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Lanço-vos aqui e agora um pequeno desafio inicialmente proposto por um anónimo num comentário que fez e que nos vai mostrar quem é que afinal sabe dar uso ao vírguledo.
Sintam-se à vontade para participar que eu cá sou contra o uso das mesmas.
Ora ponham lá vírgulas nisto*:

Um caçador tem um cão e a mãe do caçador é também o pai do cão"





*se conseguirem que a frase faz tanto sentido quanto a existência de anónimos parvos.

Isto só pode querer dizer alguma coisa

por Filipa, em 14.08.14
Os bloggers mais chatos da blogoesfera são amigos uns dos outros.

As vírgulas fazem toda a diferença

por Filipa, em 14.08.14
sobretudo para quem não as sabe usar.

Brasileirices

por Filipa, em 14.08.14
Se há coisa que me aborrece quando vou às compras, é ter as vendedoras à perna. Aprecio um cumprimento, um contacto visual mas aprecio sobretudo uma distância de segurança razoável de modo a que saiba que há ali alguém atento em caso de necessidade extrema, mas sem exageros. Há algo porém que me incomoda ainda mais que é a retorcida questão: "precisa de ajuda?". Não consigo perceber em que terminações nervosas é que esta frase faz ricochete e anda para aqui a magoar-me os miolos, mas perco de tal forma a vontade de gastar dinheiro que além do óbvio "não", dou meia volta e saio da loja. Se transportarmos isto para as lojas que supervisiono, tem efeito borboleta: a gaja faz a fatídica pergunta numa ponta da loja e eu, na outra, provoco um pequeno furacão, a terra abre-se, homens para um lado, mulheres e crianças para outro, os mares revoltam-se, tsunamis surgem, e lá vou eu a bufar, olhos raiados de sangue, punhos cerrados, pensamentos de serial killer em loop, a ver o que falhou daquela vez. São muitas horas que passo a dar formação, tantas e bonitas maneiras que existem para começar um diálogo simpático com o cliente sem que se precise de começar logo por uma puta de uma pergunta fechada que nos vai matar logo ali a venda, que vai tornar muito mais difícil a reabertura do diálogo, é uma questão de observarmos o que nos aparece pela frente e dançar conforme a músiquinha, nada assim de muito complicado, afinal fazemos o mesmo no nosso dia-a-dia, mas não, ninguém me ouve ou dá valor, é o que é, continuo a ouvir "precisa de ajuda?" para a frente e "precisa de ajuda?" para trás e isso, parecendo que não, agasta-me.
A última situação teve como protagonista a minha nova colega brasileira. Já se sabe que estas são fadadas com uma inteligência muito particular, só mesmo delas, felizmente para nós. E esta generalização não caiu assim do céu e logo no meu colo. Não. As únicas coisa que me caem do céu, são dores de cabeça e trabalho. Avento esta constatação por nunca ter encontrado nenhuma excepção que tivesse contrariado esta infeliz regra e acreditem que tenho procurado com bastante vigor. Estou, porém, aberta a novas experiências positivas que abraçarei com a devida vénia mas que adivinho praticamente impossíveis, conforme vão poder concluir mal cheguem ao fim deste conto. Como estava a dizer, depois de semana intensiva de formações várias, a criatura apresenta-se numa loja para lhe tomar as rédeas, diz que vai inovar não sei quê e mudar não sei que mais, resumindo, vai fazer o que ainda não foi feito ou outro disparate do género, e serve-se como exemplo para as suas pupilas com a primeira cliente que entra e diz:

"Precisa de algum auxílio?

(Reparem na chica-espertice da fulana. Nem estou em mim por não consiguir imprimir a fodidice que me assola quando calha tropeçar em gente assim)
Responde a cliente que por mero acaso também era brasileira:

"O que é isso???"

(Reparem como sabia de antemão que me iriam dar razão na história da inteligência brasileira)

Trabalho e diversão de mãos dadas, como sou feliz.




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