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Sofro com isto

por Filipa, em 19.02.15
O meu gajo vai dar comida à cobra, hoje é dia de ela comer, diz.
A tipa anda com pouco apetite, caga completamente no rato e mete-se debaixo da pedra onde está sempre, animal frenético.
O meu gajo, que teve a pesquisar, lembra-se que ela não aprecia ratos brancos, vai daí agarra no rato que tinha colocado no terrário, manda-o para o lixo, vai ao congelador, ao saco dos ratos e procura um preto.
Não tem, não faz mal, mete-se no carro e vai num instantinho ao shopping. Trouxe uma dúzia deles, já ficam.
Com o rato pelo rabo, anda ali a bailá-lo, de um lado para o outro, para a frente e para trás, a ver se a cobra anima.
Não anima, ele não desiste. 
Vai buscar uma cadeira à cozinha para se sentar que acha que vai demorar.
Quando sai da cozinha dá uma mocada no caixote do lixo, merda por todo o lado.
Enquanto aguça o apetite da bicha, olha aqui papa boa, nina, pega -a sério, não queiram saber mais acerca das conversas que ele tem com a piton- eu, com o puto para alimentar, apanho o lixo espalhado à pressa, não tenho sorte nenhuma.
Filipa, não está a resultar- não me podia estar borrifando mais, mas ele pensa que sim, que quero saber.
Deixa aí essa merda. Quando tiver fome, come. Reviro os olhos. Respiro fundo.
Janto sozinha com o miúdo, ele de volta da cobra.
Não resultou.
Deixou o rato preto numa ponta, a cobra na outra, totalmente alheia ao esforço hercúleo do dono para que se alimentasse, não achas que a cobra está mais magrinha? pergunta-me, perante a minha incrédula cara.
Foi tomar banho.
Sento-me no sofá a escolher um filme para o serão.
Sinto actividades suspeitas à minha volta.
Pelo canto de um olho vejo o rato preto no terrário.
Está morto.
Pelo canto do outro vejo os gatos a entrar na sala. A gata atrás do Guedes, que traz um rato na boca e sobe para o sofá.
Onde estou sentada.





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