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Partilha de afectos IV

por Filipa, em 29.03.16

Olá, pequenotes, cá estou eu, a vossa blogger preferida, nesta que é a nossa rubrica do coração.

Desculpem ter estado um pouco ausente mas infelizmente fui de novo vítima de uma árvore que se meteu mesmo à minha frente  quando ia a conduzir o Audi AAAAAA353436363 que a minha mami finalmente me ofereceu. Como somos muitos filhos, decidiu recorrer ao método mais fiável nestes casos: o um-dó-li-tá e surpresa!, calhou-me a mim. Estava tão feliz que até decidi ir aos saldos para comemorar. Tive foi que pedir autorização à mami antes, porque isto de se ser independente carece de autorização parental.

Ia muito bem a conduzir, com o meu maridão super tudo no coração, a minha tese sobre Froid no banco do pendura, no rádio a música de merda que já vos habituei a ouvir e no pé, umas sandálias muito jeitosas que troquei com uma pessoa num site de trocas -depois desenvolvo um pouco mais este tema interessantíssimo, ok?-. Troquei por um gel lubrificante de aroma a wc pato arbustos do bosque que tinha ali, a meio, dos meus tempos de...estudante de psicologia.

Lá ia eu muito bem, zinga zinga curva pá esquerda, zinga zinga, pá direita, a pensar que o pedal da esquerda é pa coiso, o do meio é páquilo e pronto, às vezes baralho-os e tenho mesmo de olhar para eles, a ver se não mudaram de sítio ou assim. Foi o que aconteceu naquele dia de saldos: quando olhei para cima, tão não é que a puta da árvore se mexeu, praí uns 2km e foi-se meter mesmo no meio da estrada fazendo com que eu fosse bater com os cornos nela?, ai pá, foi cá um susto, nem sei como estou aqui, de saúde a falar convosco. O carro ficou todo partidinho mas eu estou aqui pás curvas, zinga zinga.

Fez-me lembrar outro acidente que tive, o meu nascimento, igualmente traumatizante. Ainda hoje estou para saber como é que alguém se lembra de pôr uma árvore em plena sala de partos, aquilo foi cá uma trólitada que nem vos digo nem vos conto. O que sei é que a árvore ficou de tal maneira de esguelha que foi nessa altura que os meus pais começaram a pagar a factura de me terem concebido com amor. Até hoje. Tem sido um arreganha a carteira que nem é bom falar.

Felizmente para eles, nasceu-lhes uma filha como eu: super responsável que pede autorização pa tudo inclusive pa comer. Os meus pais sabem que a minha fraqueza é a comida, por isso sou o que sou e à comida o devo. A fraqueza deixa-me fraca e tenho de me alimentar -a pensar nisso, desta vez não quis o outro Audi 4343434433 de mami. Preferi o tractor, assim mexo-me melhor e não fico com as pregas das nalgas presas no travão de mão nem trilho os pneus da cintura quando fecho a porta- e tenho um método excelente para fazê-lo: enfardo até rebentar, depois olho para as minhas fotos antigas e mantenho viva a esperança de que um milagre me emagreça.

O que eu não entendo é como é que esse tal milagre nunca sucede, mas como agnóstica que sou, cabe-me respeitar estas coisas metafísicas que eu já tenho muita coisa que me ocupe a cabeça, como por exemplo: a atracção que exerço sobre as árvores e porque é que a Audi não lançou nenhum comunicado a informar os seus clientes que os pedais iam mudar de funções?

 

Estou bastante desiludida com isto tudo.

 

 

O poder do amor é obeso. Eu sou uma obesa...

 


70 comentários

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De Mirone a 29.03.2016 às 13:51

??????!!!!!!

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