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Professores e contínuos? Adoro-os! #2

por Filipa, em 08.04.15

Estas merdas dão cabo de mim e até parece que é má vontade minha em aceitar atitudes aparentemente só parvas, mas que na realidade vão muito para além da estupidez, conforme podeis apreciar com o relato abaixo.

Ontem pela fresca, estava eu a preparar-me para entrar numa reunião, recebi um telefonema da escola do meu sobrinho mais coiso de sua tia. Assim de repente e para começar, alguém devia explicar a estes seres que antes de identificarem o local de onde falam, de que criança falam, com quem querem falar, quem são, para onde vão, de onde vêm e ao que vêm, ou seja, aqueles minutos infindáveis em que esperamos, de coração apertado, para saber se a nossa criança está bem, deviam apenas dizer "daqui fala da escola de x. Ele está vivo, não está ferido nem matou ninguém". Depois passávamos às apresentações e ao assunto. Mas não, esmifram a puta da introdução até uma pessoa ficar sem ar, ver tudo à roda, pedir um copo de água com açúcar e começar a hiperventilar e só depois de todas as indicações, perguntas, confirmações, pouca rede, muito ruído, som baixo, som alto e o caralho, depois é que lá sai um "mas não se preocupe que ele está bem", arrancado das entranhas da estupidez natural que esta gente cultiva e embandeira.

Não é uma boa maneira de meter conversa, fico logo virada, já não me apetece saber de mais nada.

Desta vez foi porque não se marcou o almoço à criança e isso dá lugar a multa.

0,30€, para ser mais precisa.

Recomeço a hiperventilar, devo estar a perceber mal, sem o pagamento da multa a criança não tem almoço. A minha entrada para a reunião ficou comprometida por causa de uns cabrões de uns trinta cêntimos, "o seu sobrinho traz dinheiro, como é?", quase que deixo de ouvir, já só espumo, sinto a garganta seca e ninguém à mão para me chegar uma pinga de água. Desligo o telefone e seguro-me à parede. Mentalmento contabilizo quantas pessoas me podem valer e assim de repente, estes profissionais estão-se cagando uma beca para o trabalho dos outros, ninguém. Sobrou a minha mãe, avó do puto, que na altura que lhe liguei estava na fila para comprar o passe.

-´Tão não tinhas ido na Segunda?

-Não consegui, houve greve...

Respiro fundo, exaurida e drenada, explico o que se passa e ela mete pernas a caminho da escola. Parece que a estou a ver, de muletas, com passada desajeitada e nervosa, a hora da fisioterapia está quase, quase a chegar, convém despachar-se se quiser chegar a tempo. Ainda lhe custa a andar direita, a prótese que lhe foi colocada no joelho, há poucos meses atrás, ainda lhe dá o que fazer e a coluna anda a ressentir-se do esforço. E lá vai ela, calculo eu que a murmurar desejos de diarreias longas e dolorosas ao putedo que a obrigou a desviar-se das suas rotinas médicas, pagar a multa.

De 0,30€

 


1 comentário

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De Rute a 09.04.2015 às 21:17

Já seria de esperar uma resposta deste género...quem não concorda com as suas ideias é um ser do outro mundo!
Mas, vá eu também fico à espera de saber qual seria para si a melhor atitude e/ou solução que a assistente operacional teria que ter para resolver a questão da refeição do seu sobrinho tendo em conta "até parece que é má vontade minha em aceitar atitudes aparentemente só parvas, mas que na realidade vão muito para além da estupidez". De facto a pessoa em causa só deixava de ter atitude parva que vai para além da estupidez se não ligasse a falar no assunto e desse a refeição à criança, fazendo para isso o devido pagamento!

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