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muita pele dourada, pernas e barrigas tonificadas, tatuagens ternas e fresca, piercings brilhantes, unhas de gel com motivos veraneantes e comprimentos obscenos, conversas sobre a dieta mais eficaz, extensões até aos rabos empinados por força de agaxamentos demoníacos, ginásios lotados, runners -a seguir aos ciclistas, esta é a segunda praga do século- e as suas metas citadinas, carros do supermercado a transbordar de alface e cenoura ralada, mini roupa a fazer pandent com as sandálias mais abertas e altas e é aqui que uma pessoa perde a fé nisto de as pessoas passarem a ligar mais à higiene do que ao visual: não vi nem um calcanhar limpo, sem cascos desidratados nem embrulhados num duvidoso tom cinzento a cair para o preto, vi poucas plantas dos pés limpinhas e poucas unhas limpas e cortadas.
Resta-me respirar fundo e olhar para as montras que nos esfregam na cara que o outono/inverno está aí à porta.