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Recebi este comentário no post anterior e fiquei com pena de o deixar ali perdido, sem que se lhe fosse dada a merecida atenção. Primeiro porque a parvoíce impera na caixa de comentários em questão e este assunto é bastante sério e depois porque fui eu que trouxe o assunto à baila, nada mais justo do que lhe dar continuidade.

Este blog tem uma finalidade muito clara: o da desopilação da figadeira. Sucede que de quando em quando, o índice de resistência relativamente às injustiças da autora, é posto à prova e isso é pior do que iscas com elas. Umas bloggers não resistem a pedir lares para os refugiados, outras não resistem em embandeirar em arco os direitos das mulheres, outras mostram mamas, a mim o que me transtorna, o que me revolta mesmo é o abuso do poder e a escravidão que o patronato faz uso, por forma a que a precariedade no emprego seja uma realidade cada vez mais premente, esta merda é que é, isto faz de mim uma pessoa terrível, incapaz de alcançar porque raio não se há-de fazer outro 25 de Abril, pá, se se fizer, contem comigo. Que não dê em nada, mas ao menos tentei deixar um país melhor para os meus filhos.

Como estava a dizer, quando põem à prova este meu tendão de Aquiles, aproveito o facto deste blog ainda chegar a uma quantidade jeitosinha de pessoas e lá vai alho. Se pelo menos uma ler com atenção o post todo e atingir o objectivo do mesmo, então meus amigos, a minha parte está feita, assim outros façam o mesmo.

 

O comentário foi este:

 

"(Filipa, Sempre vai escrever sobre o trabalho nas lojas estilo Perfumes&Companhia? Ando há uns tempos a adiar a ida às lojas, à espera do post. A net é fixe, mas eu sinto saudades daquela coisa da perfumaria e não sei se resisto a uma Sephora, a menos que me contem a verdade e nada menos que a verdade. Imagino-me a encher o cesto, chegar aqui, ler o post e ficar cheia de remorsos. Que lojas são amigas da humanidade? Obrigada desde já. Tem-me dado grandes dicas.)"

 

 

A propósito deste post.

Vários emails entretanto chegaram com as mesmas questões.

 

Por partes.

Acho que no final do ano passado, a Perfumes & companhia foi comprada pela Arié- marca distribuidora de marcas como a Bvlgari e La Prairie. E com ela, todas as cadeias do grupo: Barreiros Faria, Quinta Essência, Perfumarias Mars, Perfumarias Anita e Mac. As coisas que eu sei e vos dou a conhecer, han? 
Bom, com esta venda, todos aqueles disparates que me aqueciam a úlcera e que pensava que nos dias de hoje só pudessem existir nos filmes dos anos 50 -a não contratação de mães solteiras, pessoas tatuadas e/ou com piercings, mulheres divorciadas, a não contratação de pessoas negras e de nacionalidade brasileira- desapareceram. Segundo sei, não houve lugar a despedimentos, internamente tudo permaneceu igual, as condições melhoraram sobretudo para os vendedores -que são SÓ quem determinam o sucesso -ou não- de qualquer empresa, maneiras que tudo está bem quando acaba bem e eu, pois está claro, voltei a usar o meu cartão de pontos que nunca sei muito bem como funciona mas que também não é por isso que lá vou. Regressei pelas razões expostas, pelo facto de ser uma empresa portuguesa -sim, ligo a estas coisas- e porque uma vez lá dentro é tudo boa onda, não há cá perseguições, não há pressões, vendedoras a impingir determinado produto, diferenciação no atendimento mediante a forma como o cliente se apresenta, enfim, foi um bom regresso.

Não sou cliente da Sephora. É demasiado barulho para a minha pobre cabeça. Não consigo ouvir as vendedoras devido ao obsceno volume da música, são demasiado agressivas nas vendas e isso para quem sabe o que quer e ao que vai, aborrece, perturba e afugenta. Só lá vou comprar o meu Lip Stain e o meu pó exfoliante e na maioria das vezes até é o marido que passa por lá, uma vez que trabalha ao lado de um shopping.

Relativamente às perfumarias Douglas e tal como prometi, hei-de falar, claro e desta vez porque uma das minhas melhores amigas está em litigio, chamemos-lhe assim, com a empresa, e fiquei a saber de situações que me fizeram deixar de ser cliente na hora, bem como fazer o tal post a denunciar o que as pessoas neste país fazem, quando se sentem com algum poder e ocupam determinada posição.

Já o sofri na pele, sei o que é e o que custa.

Acontece que ela ainda está ao serviço da empresa, entendam que só o poderei fazer após a sua saída.


É por causa destas merdas que não dava para falar de uma marca a troco de uma caixa com meia dúzia de tarecos: o trabalho que eu iria ter em pesquisas sobre a empresa e tudo o que lhe estivesse apenso, não o iria justificar.
Prefiro puxar do meu cartão e ficar de consciência tranquila.

 

 

 


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