As bloggers que se deixam apanhar nas teias da publicidade pensam que detêm o monopólio nesta mania que as pessoas têm, que é a de pensar.
Acham que qualquer peido que lhes é dado a publicitar, lá porque não sai de pantufas mas sim de sola vermelha e de tacão omnipresente, é aceite sem questionar coisas tão flagrantes quanto o facto de, por exemplo, publicitarem determinado item toooooodas ao mesmo tempo. Acho curioso o timing de quem acha que a sua palavra é lei nisto de convencer o próximo. O apaneleirado e inconsequente leitor vê-se assim apanhado no meio de um patético brainstorming e é levado a crer, ingénuo, que as opiniões são genuínas e que tudo não passou de uma feliz coincidência fruto da qualidade do produto. Todas as bloggers influentes gostam do mesmo produto e calha a gostar dele todas ao mesmo tempo, é muito amor. E quando gostam todas do mesmo produto que só num determinado sítio -que todas conhecem e amam de paixão- é que é bom?, aí, meus amigos, temos um yin e um yang em perfeita comunhão, tão encaixadinhos que deixam de ser dois, numa união existente somente nos céus, em forma de asas de anjos, um perfect match que não se deve ignorar.
Claro que a publicidade não funciona se não existir quem vá em todas as cantigas: temos do lado errado da vida, as leitoras que não podem ver um penico, aquele que a blogger enquadrou enquanto eternizava fotograficamente mais um look de merda, que entram em delírio e não descansam enquanto ela, orgulhosa porque o seu penico é o melhor de todos, lhes confessa que já é antigo, mas que conhece um sítio que...bom, o resto está ao alcance de quem lhe quiser chegar.
No final das contas, existem leitoras/compradoras que fazem tudo isto ser uma win-win situation em vez de uma stupid situation: leitoras que precisam da internet e da influência de um desconhecido para perceber que tipo de produtos precisam, merecem este tipo de publicidade tão desleal.
Tudo está bem quando tudo acaba bem, não percebo mesmo a celeuma que este assunto ateia, de cada vez que vem à baila.